Os vicentinos não se limitam só a dar de comer a quem tem fome
No passado mês as conferências do território do Conselho de Zona de Queluz da Sociedade de São Vicente de Paulo (vigararia de Sintra e duas paróquias, Belas e Massamá da vigararia da Amadora), recolheram informação sobre os assistidos. Atualmente prestamos assistência a 145 famílias, num total de 547 pessoas das quais 408 adultos e 139 são crianças, permitindo os dados recolhidos caraterizá-los da forma como se apresenta de seguida.
Os dependentes directos representam 41% dos agregados familiares e os indirectos 3%. Os agregados familiares monoparentais representam 62%, as/os viúvas(os) 7% e os casais representam 31%. Destes 55% dos agregados familiares tem algum rendimento e 45% estão desempregados. O pouco rendimento representa 97% dos motivos do auxílio.
Nos tipos de auxílio como se pode ver na imagem só 38% é que são auxílios de bens alimentares, distribuindo os restantes por despesas relacionadas com a habitação 16%, saúde 19%, educação 10% e outros apoios 17%. Durante a pandemia também temos distribuído cabazes de emergência para quem ficou temporariamente sem rendimentos, também reforçamos o apoio aos idosos, doentes e pessoas/famílias isoladas sem apoio familiar.
A ocupação dos dependentes diretos distribui-se da seguinte forma, 59% estudam, 36% sem ocupação identificada e 5% trabalham. Entre os que estudam temos a seguinte distribuição 27% no 1º ciclo, 24% no 2º ciclo, 40% no secundário e 8% frequentam a universidade.
A nossa ação também tem passado por procurar soluções de habitação, emprego, bens materiais (móveis, eletrodomésticos …). Além do trabalho de cada conferência, temos também dinamizado o grupo de WhatsApp “QUEM + PRECISA AGRADECE” (http://czq-ssvp.paroquias-sintra.pt/news/quem-precisa-agradece), reunindo este grupo, representantes das paróquias da vigararia e outras paróquias da diocese de Lisboa, movimentos e grupos sócio caritativos paroquiais ou vicariais e vicentinos. Este grupo permite-nos trabalhar em rede, assumindo todos a caridade como dimensão essencial da vida cristã e da vida comunitária.
O nosso compromisso é e será sempre pelo pobre e para o pobre, porque pobres sempre teremos e a esperança dos pobres jamais se poderá frustrar. Não nos podemos limitar a cuidar dos excluídos temporariamente pela pobreza (material, social ou espiritual), mas como fez Jesus servi-los de forma afetiva e efectiva para que vivam com dignidade, e à luz do evangelho e guiados pelo Espirito Santo participem activamente connosco na construção de uma sociedade que saiba incluir, integrar para bem comum.
A caridade leva-nos a viver o amor de Cristo numa perspetiva personalista e comunitária, como uma "dádiva de nós mesmos“ como um ato humanitário por amor a Deus, que nos deverá levar a procurar o melhor para a vida do outro. O ir ao pobre por amor a Deus significa tirar Cristo da cruz e devolver-lho ressuscitado.
"É tempo de unirmos à palavra a ação e de demonstrarmos em obras a vitalidade da nossa fé", Beato Antonio Frederico Ozanam, um dos fundadores da Sociedade de São Vicente de Paulo.
Ler no jornal Cruz Alta (p.14)