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Os vicentinos não se limitam só a dar de comer a quem tem fome

Artigo de Carlos Macias, Presidente do Conselho de Zona de Queluz, Sociedade São Vicente de Paulo, publicado no jornal Cruz Alta de janeiro de 2021, da Unidade Pastoral de Sintra

 

No passado mês as conferências do território do Conselho de Zona de Queluz da Sociedade de São Vicente de Paulo (vigararia de Sintra e duas paróquias, Belas e Massamá da vigararia da Amadora), recolheram informação sobre os assistidos. Atualmente prestamos assistência a 145 famílias, num total de 547 pessoas das quais 408 adultos e 139 são crianças, permitindo os dados recolhidos caraterizá-los da forma como se apresenta de seguida.

Os dependentes directos representam 41% dos agregados familiares e os indirectos 3%. Os agregados familiares monoparentais representam 62%, as/os viúvas(os) 7% e os casais representam 31%. Destes 55% dos agregados familiares tem algum rendimento e 45% estão desempregados. O pouco rendimento representa 97% dos motivos do auxílio.

Nos tipos de auxílio como se pode ver na imagem só 38% é que são auxílios de bens alimentares, distribuindo os restantes por despesas relacionadas com a habitação 16%, saúde 19%, educação 10% e outros apoios 17%. Durante a pandemia também temos distribuído cabazes de emergência para quem ficou temporariamente sem rendimentos, também reforçamos o apoio aos idosos, doentes e pessoas/famílias isoladas sem apoio familiar.

A ocupação dos dependentes diretos distribui-se da seguinte forma, 59% estudam, 36% sem ocupação identificada e 5% trabalham. Entre os que estudam temos a seguinte distribuição 27% no 1º ciclo, 24% no 2º ciclo, 40% no secundário e 8% frequentam a universidade.

A nossa ação também tem passado por procurar soluções de habitação, emprego, bens materiais (móveis, eletrodomésticos …). Além do trabalho de cada conferência, temos também dinamizado o grupo de WhatsApp “QUEM + PRECISA AGRADECE” (http://czq-ssvp.paroquias-sintra.pt/news/quem-precisa-agradece), reunindo este grupo, representantes das paróquias da vigararia e outras paróquias da diocese de Lisboa, movimentos e grupos sócio caritativos paroquiais ou vicariais e vicentinos. Este grupo permite-nos trabalhar em rede, assumindo todos a caridade como dimensão essencial da vida cristã e da vida comunitária.

O nosso compromisso é e será sempre pelo pobre e para o pobre, porque pobres sempre teremos e a esperança dos pobres jamais se poderá frustrar. Não nos podemos limitar a cuidar dos excluídos temporariamente pela pobreza (material, social ou espiritual), mas como fez Jesus servi-los de forma afetiva e efectiva para que vivam com dignidade, e à luz do evangelho e guiados pelo Espirito Santo participem activamente connosco na construção de uma sociedade que saiba incluir, integrar para bem comum.

A caridade leva-nos a viver o amor de Cristo numa perspetiva personalista e comunitária, como uma "dádiva de nós mesmos“ como um ato humanitário por amor a Deus, que nos deverá levar a procurar o melhor para a vida do outro. O ir ao pobre por amor a Deus significa tirar Cristo da cruz e devolver-lho ressuscitado.

"É tempo de unirmos à palavra a ação e de demonstrarmos em obras a vitalidade da nossa fé", Beato Antonio Frederico Ozanam, um dos fundadores da Sociedade de São Vicente de Paulo.

Ler no jornal Cruz Alta (p.14)